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Mais sobre mim...

Está no meu DNA.
A magia, a alquimia das harmonizaões dos sabores; da transformação.
Acredito nesse milagre desde sempre. Desde pequena. Quando minhas mãozinhas alcançaram, nas pontas dos pés, a mesa de trabalho da cozinha.
Talvez antes disso, até. Quando fascinada, fixava o olhar na massa brilhante da futura bala de côco que minha avó puxava, puxava, para deitar suas cordas perolizadas na superfície amanteigada da mesa... para em seguida - plact... plact - cortar as delícias que derretariam em minha boca, com uma tesoura das mãos valentes e fortes que só ela sabia ter.
Ou quando a via fazendo quindins, olhos-de-sogra, bombocados, goiabada das goiabas do pé do quintal, ou bananada, ambrosia, doce-de -abóbora...
Biscoitos em formatos de bichinhos, para mergulhar numa fumegante xícara de café-com-leite da gelada Curitiba de décadas atrás, quando ela passava temporadas conosco...
Ou nas férias em São Paulo que eu e meus irmãos passávamos com ela - e a via sentada na máquina de costura com uma bacia de palhas-de-milho a serem costuradas para a melhor e mais cremosa pamonha do mundo...
Mas também nas rosas de açúcar absurdamente parecidas com as verdadeiras, que minha mãe confeitava nos pezinhos dos cálices de cabeça para baixo... Elas enfeitariam os mais deliciosos bolos recheados dos nossos aniversários de criança... Sim, eles eram os centros das mesas que hospedavam todos os outros docinhos e guloseimas.

Não demorou muito para que aos 11 ou 12 anos já me aventurasse nos meus próprios biscoitos ou beijinhos de côco, seguidos de mousses e pavês - depois de uma infância inteira folheando os livros de receita de doces aos quais eu perguntava-me "como fazer um bolo ficar tão lindo assim?"
Prometi-me que quando crescesse eu aprenderia. E os faria. Ainda que naquela época parecesse impossível!
Depois cresci, e veio a fascinação por aprender a fazer chocolates... Ahhh, os chocolates!
Sabe tentativa e erro? ... Pois é...
Infinitas tentativas até o acerto...

E tento acertar até hoje. Permitindo-me errar sempre. Porque cada vez que erro a minha curiosidade me engrandece. E os resultados se aprimorarm.

Esta sou eu...
Uma artesã. Com todas as tentativas e erros prováveis. Porque o acerto vem. Se vem!!!